Objetivando indicar o caminho para o estabelecimento de um mundo ideal, pleno de verdade, bondade e beleza, Mokiti Okada dedicou sua vida à purificação e elevação do espírito do homem. Dentre os fatores que podem propiciar ao ser humano o aprofundamento de seu senso estético e de sua consciência espiritual, ele dava importância especial à arte, enfatizando que o contato constante com obras primas não apenas eleva o homem espiritualmente, mas também lhe proporciona força geradora de felicidade.
A arte, em várias de suas manifestações, foi um elemento sempre presente em seu cotidiano. Dentre elas destaca-se o Ikebana, a milenar arte oriental de composição de arranjos florais. Mokiti Okada tomava para si a tarefa de, regularmente, criar as vivificações florais com que ornamentava os quartos, o hall de entrada e todos os outros cômodos de sua casa. Os ikebanas que compunha, porém, tinham características únicas, a missão da flor.
Mokiti Okada pregou a formação do Paraíso através das flores, afirmando sempre que elas têm o poder de debilitar os pensamentos negativos e que, por isso, era importante ornamentar com flores todos os locais onde houvesse pessoas.
Ensinou que a flor tem sentimento e que é preciso preservar sua vitalidade, respeitando o aspecto com que ela aparece na natureza, e orientou sobre a importância de, na composição do um ikebana, usar pouco material e vivificar a flor com alegria, como se estivéssemos pintando um quadro.
As vivificações florais compostas por Mokiti Okada inspiram a criação do estilo Sanguetsu. Ele é difundido no Brasil desde 1974, através da Academia Sanguetsu. Presente em todos os estados, a Academia oferece cursos regulares e “Vivências com as Flores”, em escolas e outras instituições que manifestem interesse em conhecer essa arte.
Por Erissom T. Lima
Publicação On Line Editora
Ikebana Edição de Luxo, ano 1, nº 1
