Fui convidada para dedicar no Solo Sagrado no Culto de Paraíso Terrestre, culto especial e muito importante para todos nós messiânicos. Nesse dia seria dedicação de nossa região, São Paulo-Litoral.
Fui com muito amor e muita gratidão, pois sou mãe de três filhos com 10, 13 e 17 anos, os quais tive que deixar na casa de uma sobrinha para poder ir e dediquei agradecendo a Deus por ter pessoas tão especiais em minha vida que me apóiam e respeitam.
Como tinha que estar muito cedo no Solo, convidei uma amiga que também é messiânica e para minha surpresa, ela disse: “... estava ligando para você para pedir uma carona...”. Falei que ia dedicar no Solo Sagrado auxiliando nas vivências e ela ficou muito feliz por poder ir comigo.
Na noite que antecedeu a dedicação tive insônia e levantei preocupada em ter sono durante o dia, ou até mesmo na hora de ir, e muito mais na volta, pois o trânsito é intenso e causa muito cansaço. Para minha surpresa, dediquei auxiliando na preparação de uma vivência aqui em Santo André que seria no outro dia, no período da tarde, vivência para a qual também recebi o convite para dedicar.
Num determinado período do dia, o professor responsável me orientou que ficasse na sala das vivências acompanhando os frequentadores e membros que iriam fazer a vivência, pediu para que eu aproveitasse o momento também para observar a postura dos professores no encaminhamento das vivências, para assim ganhar experiência.
Passado algum tempo, uma professora me disse para ministrar a vivência, fiquei um tanto apreensiva, apesar de já ter participado de muitas vivências, nunca tinha acontecido ali no Solo Sagrado.
O dia foi passando, na parte da manhã foram várias vivências, passaram por ali pessoas de vários cantos do nosso país, de norte a sul. Maravilhas foram acontecendo, pessoas se emocionavam ao ter contato com a flor pela primeira vez, agradeciam e desejavam que eu dedicasse cada vez mais, pois em poucas palavras elas sentiram uma transformação em seus corações e estavam muito agradecidas.
Comecei a sentir o quanto estava sendo utilizada na Obra Divina, pois já estava sem dormir há mais de vinte e quatro horas e não sentia nem um pouco de cansaço, sono ou fome.
Senti o quanto estava sendo guiada por Deus, pois em tantas vivências e tantos contatos, percebi que as palavras vinham em minha mente e eram transmitias para as pessoas de forma que elas se emocionavam, era como se a palavra chave fosse GRATIDÃO por aquele momento.
Percebi que no intuito de fazer as pessoas felizes pude ajudá-las na mudança de seu comportamento, de suas vidas e na prática do altruísmo.
Duas das experiências me marcaram muito, uma delas foi com três pessoas: uma senhora membro da igreja, sua filha, também membro, e uma sobrinha que estava visitando o Solo pela primeira vez. Na verdade, só a senhora que era membro começou a fazer a vivência de forma que as duas moças, filha e sobrinha, ficaram ali apenas escutando. Após apresentar-me disse a elas que a vivência daquele dia seria feita no intuito de agradecer, fazer as pessoas felizes, levar amor e conforto ao mundo, que é tão cheio de agressões, tanto aos seres humanos quanto à natureza. Então, que com esse objetivo fizesse o arranjo floral, ela me disse: “... vou fazer e levar para uma pessoa que está precisando de uma atenção especial...”. Naquele momento a sua sobrinha perguntou se ainda podia fazer, eu disse “claro que sim!”. Ela disse que iria fazer o arranjo para sua mãe. Senti necessidade de falar para ela que fizesse com amor e muita, para que fizesse a diferença e surpreendesse a sua mãe mostrando o quanto a ama... Percebi pelo olhar de sua tia que havia conseguido atingir o objetivo de levar a sobrinha ao Solo Sagrado, havia se concretizado através da flor pelo desejo de levar harmonia para seu lar...
A segunda experiência me surpreendeu muito. Eram duas pessoas da cidade de Curitiba, uma membro e uma freqüentadora, que foram trazidas ao Solo pela Ministra responsável.
Falei sobre as três colunas da salvação e falei do Belo manifestado através da flor. Senti o quanto a senhora membro queria ver a outra feliz, que ela, de alguma forma, pudesse enxergar a vida de outra maneira, acordar para a vida. Percebi que ela estava passando momentos difíceis e disse: “... aproveite este momento e deixe fluir os seus sentimentos”.
Peguei as flores para as duas e entreguei para a frequentadora que ficou olhando para a flor e disse: “Não tem outra? Eu não gosto dessa flor e nem do amarelo! Quero outra, estou vendo ali outra flor, aquela pessoa tem uma rosa...”. Respondi: “É verdade, mas infelizmente, não temos mais rosas só temos agora essas flores.” Eram várias flores pequeninas e amarelas, um tipo de crisântemo.
Totalmente insatisfeita, a senhora começou a cortar as flores. Eu perguntei se estava tudo bem e se iria montar daquele jeito mesmo, ela respondeu que queria outra flor. Fui até a dedicante, (aquela a quem eu havia dado carona, e o professor convidou para dedicar conosco) e ela conseguiu arrumar um cravo cor de rosa. Voltei para a mesa e a sernhora já havia montado o arranjo. Cortou os caules das flores tão curtos que elas ficaram amontoadas, apertadas, somente uma ficou mais alta. Mostrei o cravo perguntando se ela achava que ainda seria possível colocá-lo, ela olhou e me disse já em prantos: “Não, não... não tem lugar... acho que não vai combinar... eu não quero ter contato com flores e essa flor amarela é flor de cemitério, não gosto... Tive plantação de flores com meu ex-marido e isso está me fazendo mal!”. Ela olhou para a sua amiga e disse: “Não gostei, porque me trouxe aqui? Eu não queria fazer com esse sentimento, eu não quero pensar nisso!” Eu disse: “Precisa tirar essa mágoa do seu coração... Antepassados estão precisando de salvação e quando sofremos procuramos o conforto em Deus e você está tendo essa permissão aqui... Agradeça a sua amiga por ter trazido você para ter esse contato com a flor”.
Chorando muito ela disse que seu ex-marido fez com que ela ficasse sem ter contato com a mãe por mais de quatro anos. Só agora, depois da separação, pôde voltar a vê-la. Então eu disse: “Vamos parar tudo. Faremos outra Ikebana!”. Peguei outro display e fiz como minha gratidão, quando retornei a encontrei ainda chorando muito e sua amiga conversando com ela. Eu disse: “Acredite, nada é por acaso. Você vai conseguir, não desista! Vamos fazer outro agora, mas antes quero te pedir uma coisa, posso?”. Ela me olhou assustada : “Eu quero pedir para que você se perdoe... Perdoe-se, lute, recupere esse tempo perdido. Não deixe o negativo fazer isso com você... Você se abandonou, não quer nem contato com a flor olhe para elas, perdoe-se, ainda há tempo!”
Ficamos em silêncio, entreguei o cravo e disse: “Entregue-se a Deus, deixe que esse momento seja uma oração entre você e Deus”.
Passados alguns minutos, percebi em seu olhar uma transformação. Ela me disse: “Eu me sinto outra pessoa, eu nem sei explicar, muito obrigada! Ela já não chorava mais, estampou-se em seu rosto um lindo sorriso e seu olhar ficou brilhante.
Quando estava indo embora disse: “Não vou levar essas flores amarelas”, eu respondi que eram dela e ela concordou.
Percebi o quanto a flor reflete o sentimento das pessoas e quanto pode mudar seu interior, não apenas de quem pratica como também quem aprecia e orienta. Agradeço ao Messias Meishu Sama pela missão concedida a mim e pela confiança das pessoas ao meu redor.
Rita Maria Lima Fabricio - Johrei Center São Caetano do Sul